Nosso Senhor nos adverte
que o coração de muitos ouvintes da Palavra é como o terreno espinhoso (Lc 8.7).
A semente da Palavra semeada nele fica sufocada pela multidão dos outros
cuidados que ocupam suas afeições.
Esses ouvintes não se
opõem às doutrinas e exigências do evangelho; até desejam crer nelas e
obedecê-las. Todavia, permitem que as coisas terrenas tomem posse da mente, não
deixando nenhum espaço à Palavra de Deus, para que ela faça seu trabalho. Disso
resulta que, não importa quantos sermões ouçam, os tais não parecem melhorar em
nada. No seu íntimo, o processo de asfixiar a verdade avança semana após outra.
Não produzem frutos de aperfeiçoamento.
Os cuidados desta vida
estão entre os maiores perigos que estorvam o caminho do crente. O dinheiro, os
prazeres, os empreendimentos terrenos do dia a dia... São incontáveis as ciladas
armadas para capturar almas. Milhares de coisas inocentes em si mesmas, se
dominadas pelos excessos, são pouco menos do que veneno para a alma e cooperam
com o inferno.
O pecado descarado não é
a única transgressão que arruína as almas. No seio de nossas famílias e nas
solicitudes de nossas vocações lícitas, temos de estar em guarda. Se não
vigiarmos e orarmos, esses interesses mundanos podem nos roubar o céu e sufocar
cada sermão que ouvimos. Poderemos viver e morrer como ouvintes cujo coração é
terreno espinhoso.
"Não ameis o mundo, nem o que no mundo há. Se
alguém ama o mundo, o amor do Pai não está nele." (I João 2.15)
J. C. Ryle
A-BD
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